A nave industrial que a Nissan construiu em Cacia, originalmente destinada a acolher a produção de baterias de iões de lítio para automóveis eléctricos, permanece sem qualquer utilização. Uma fonte oficial da Nissan referiu ao semanário Sol que “ainda não está nada definido” quanto ao destino a dar ao pavilhão, advertindo, porém, que “estas situações não podem demorar muito tempo”.
Os terrenos da fábrica - empreendimento que a Nissan decidiu suspender no final do ano passado devido à situação económica mundial - localizam-se nas instalações da Companhia Aveirense de Componentes para a Indústria Automóvel (CACIA), que trabalha para a Renault. Pelo que, apesar da aliança entre os dois fabricantes no sector da mobilidade eléctrica, a nipónica Nissan está obrigada a pagar um aluguer à marca francesa pela utilização do espaço.
De acordo com a fonte citada pelo Sol, a decisão sobre o futuro da nave “será tomada directamente no Japão”. Mas o italiano Marco Toro, novo “managing director” para Portugal da Nissan, nomeado em Março, também poderá ser chamado a pronunciar-se sobre o processo.
Em Dezembro de 2009, a Nissan anunciou a construção de uma fábrica de baterias para veículos eléctricos em Aveiro, projecto estimado em perto de 160 milhões de euros que iria proporcionar a criação de cerca de 200 empregos directos. Dois anos depois, porém, o empreendimento foi suspenso. Isto apesar de, segundo Élio Maia, presidente da Câmara de Aveiro, a Nissan já ter investido cerca de 10 milhões de euros em Cacia.
A unidade fabril deveria ficar concluída no final de 2012, para quando estava previsto o arranque da produção das 50 mil baterias anuais que o consórcio entre as construtoras francesa e japonesa iria fabricar em Aveiro.
A aliança Renault/Nissan ponderou várias alternativas para a construção da nova fábrica, tendo-se falado de Estarreja, também no distrito de Aveiro, e Sines, no distrito de Setúbal, como outros municípios equacionados pela aliança.